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Turismo (3)

quarta-feira, 30 junho 2010 15:35

Que Visitar?

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QUE VISITAR

Seja bem-vindo a Sernancelhe. Chegou a um Concelho com uma área imensa de 220 quilómetros quadrados. Propomos-lhe agora que percorra o Concelho de Sernancelhe. Que descubra, seguindo as nossas rotas e roteiros, os locais onde a natureza se exprime de forma exuberante, onde as serras e os rios se unem, dando origem a cenários de grande beleza natural.

Graças às características mistas de vale e montanha, influenciadas pela ventosa Serra da Lapa, pela verdejante Borralheira, pela granítica Zebreira e pelos numerosos ribeiros que irrigam os pastos e os terrenos agrícolas à sua passagem, completa-se um cenário construído ao longo de séculos pela natureza e pelo homem.

 

São estes quadros paisagísticos, que a acção do homem conseguiu humanizar, que queremos que descubra e contemple. Por isso, este roteiro define quatro percursos possíveis.

 

 AS NOSSAS SUGESTÕES

 

sernancelhe

O primeiro, denominado “Vila de Sernancelhe”, oferece uma visita detalhada pela sede do concelho. É um percurso que deve ser efectuado a pé, sem pressas, e com predisposição para apreciar os inúmeros testemunhos da arquitectura local. Por aqui nasceu um Concelho anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, que ostenta um impressionante património civil e religioso e continua a respeitar o passado para construir o seu futuro. >>Ver percurso
 

 

lapa

Pela “Serra da Lapa” é o segundo percurso que lhe propomos. Partindo da sede do concelho em direcção à Senhora da Lapa, pode apreciar a localidade que conseguiu transformar as suas origens religiosas em cartão de visita. O Santuário Mariano com mais de 500 anos é de paragem obrigatória. Assim como uma visita ao Convento de Nª Sra. da Assunção (Tabosa) e à casa onde nasceu o escritor Aquilino Ribeiro. >> Ver percurso

 

serra_rio

É “Entre a Serra e o Rio” que decorre o terceiro passeio pelo concelho. A primeira parte da viagem passa por aldeias onde os actos agrícolas estão ainda bem presentes no dia a dia dos habitantes locais. As casas em granito testemunham o apego das gentes destas aldeias ao seu meio e à prática secular da agricultura de subsistência. A segunda parte deste percurso acontece junto ao Rio Távora. Aldeias ribeirinhas como Faia e Fonte Arcada são motivo de visita demorada, já que oferecem zonas de lazer apropriadas a um fim de tarde de Verão. A não perder. >> Ver percurso
 

 

serra_pereiro

Por fim, o percurso da “Serra do Pereiro”. Dominada por um vale profundo e verdejante, a serra carrega o peso de vários santuários onde a fé e devoção às santas origina romarias imponentes, como é o caso da Senhora de Ao Pé da Cruz. Uma visita ao Mosteiro da Ribeira e ao povoado granítico que o circunda é imprescindível. A finalizar, pode sempre deliciar-se com as trutas e os peixinhos do rio que os restaurantes confeccionam. >> Ver percurso
 
Aceite as nossas sugestões e comprove que Sernancelhe é isto e muito mais.
 
 
quarta-feira, 25 novembro 2009 17:14

Como Chegar?

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Como Chegar a Sernancelhe

mapa_2Sernancelhe situa-se na Região Centro-Norte de Portugal, em plena Beira Alta, na parte nordeste do distrito de Viseu, ao qual pertence administrativamente.

Atravessado no sentido sul-norte pelo rio Távora, um dos efluentes do Douro, Sernancelhe estabelece fronteira com os concelhos de Trancoso, Penedono, Aguiar da Beira, Moimenta da Beira, Vila Nova de Paiva, Sátão e São João da Pesqueira.

 O Concelho de Sernancelhe é servido por duas Estradas Nacionais: a EN 226, que liga Celorico da Beira a Lamego; e a EN229, que liga Viseu a São João da Pesqueira. Para quem venha da A25 e  A24, chegar a Sernancelhe demorará cerca de quarenta minutos. Cinquenta minutos é também o tempo que nos separa da sede de distrito, Viseu.

 

 

  

 

 

 

quarta-feira, 25 novembro 2009 16:56

Gastronomia_1

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falgarosbcastanhabiscoitos

 

 “Comeram-lhe à tripa forra carniça refogada, cozida, assada, de porco, de vaca, de chibato, carniça para todos os paladares. O arroz estava de se trocar por um prato dele a imortalidade, o cabrito, rechinado no espeto e picadinho do sal, até fazia cócegas no céu-da-boca. Quem bem come bem bebe, acabaram a janta enfrascados e lerdos como patos na engorda”

(Aquilino Ribeiro, Terras do Demo - 1919).

 

Presunto TadicionalÉ a matança do porco que tempera os sabores da gastronomia regional. As famílias reúnem-se em torno desta tradição invernal e aproveitam para degustar as filhoses de sangue e outras vísceras. Os torresmos, a carne entremeada, as fêveras assadas e o fígado frito com batata cozida são os pratos eleitos. É também graças ao porco que se prepara o fumeiro para consumir durante o ano seguinte: morcelas, farinheiras, moiras, chouriças e salpicões secam ao lume brando das lareiras, ao calor da giesta e do pinheiro recolhidos nas serras durante o Verão. Para a salgadeira vão ainda os presuntos, as pás e os pés do porco. Devidamente acondicionados, são retirados do sal alguns meses depois para receberem uma camada de pimento. Uma fatia de presunto, servida sob uma toalha bordada à mão, é obrigatória em todas as casas do Concelho. Nos restaurantes da região confeccionam-se pratos como a farinheira com espigos e batata cozida; o cozido à portuguesa e os pés de porco com couve ripada e vinagre, acompanhados de batata cozida ou estalada.

 

Os pratos regionais variam consoante a imaginação de cada casa. Muitas iguarias reflectem a capacidade das gentes do Concelho em debelar as adversidades a que a região foi votada, o clima e o relevo particulares. O isolamento moldou também as mentes e incutiu a ideia de que tudo o que a terra dá tem de ser aproveitado ao máximo. “Os povos do concelho de Sernancelhe, encerrados em estreitos vales montanheses, ou alastrados na planície, viveram, no seu início, dos rebanhos e dos produtos da agricultura. O tempo e o progresso modificaram os hábitos e os costumes, mas não lhes modificou o ambiente ou o meio da sua acção e desenvolvimento. A montanha dar-lhes-á sempre o trato dos rebanhos que lhes fornecem o leite, a carne para a alimentação e a lã para o vestuário; enquanto que a planície, onde os frutos e os grãos abundam, fá-los-á agricultores, sem desprezarem o peixe dos rios, num dos quais, o Távora, o há em considerável quantidade”. (Vasco Moreira, Terras da Beira – 1929)

 

paoFoi com a serra e com o rio que os sernancelhenses aprenderam a conviver à mesa. Séculos de proximidade com a natureza resultaram em especialidades como as enguias de barril, acompanhadas do famoso trigo da Lapa; os peixinhos do rio em molho de escabeche; ou o pão de trigo com queijo fresco de cabra produzido na encosta da serra da Lapa. Do Távora brotam ainda petiscos muito apreciados nos restaurantes à beira rio, destacando-se as trutas fritas ou em molho de escabeche.

 

Sernancelhe é apaixonado pelo bacalhau cozido com grão e batata, condimentado com salsa ripada e cebola picada. O prato é muito procurado nos restaurantes do concelho e faz parte de quase todos os menus, o que o transforma numa iguaria enraizada na cultura local devido à forte migração que sempre caracterizou estas terras.  Confecciona-se também outro prato muito consumido no Concelho: o bacalhau com batata a murro assada em forno de lenha. O segredo para o paladar inconfundível está na excelsa qualidade do azeite de Sernancelhe que “embebeda” as batatas.

 

Hoje come-se o cabrito em muitos restaurantes da região. Contam os mais idosos que nem em tempo de festa na aldeia muitas casas de família tinham direito a uma perna de cabrito! Nos tempos que correm, não há festa nem restaurante que não tenham como prato de eleição o cabrito.

 

cavacasA doçaria está directamente ligada a dois sectores da sociedade que marcaram de forma indelével a história do Concelho: o povo e a religião. O povo, deitando mãos dos parcos recursos que possuía, aproveitava os pedaços de carne e cozia as gostosas bolas nos fornos comunitários das aldeias. Fazia fritas e filhós por altura das festas na aldeia, cozia bolo de azeite e aproveitava os ovos e o leite para preparar leite-creme e arroz doce. As receitas passaram de mão em mão e permanecem intactas.

 

Nos conventos e mosteiros tiveram origem dois dos mais apreciados exemplares da doçaria sernancelhense: fálgaros de Tabosa do Carregal e as cavacas de Freixinho. Longe vai o tempo em que no Convento de Nossa Senhora da Assunção, em Tabosa, se confeccionavam os famosos fálgaros dentro das quatro paredes do último mosteiro feminino do país. Os doces de pão de trigo feitos com queijo fresco deixaram de sair do forno com a regularidade da época, mas enchem as mesas de muitas casas de Carregal por altura das festas. A iguaria, que fez as delícias do Mestre Aquilino Ribeiro, é acompanhada de vinho tinto, de preferência servido em panelos de alumínio. Outrora ofertas de luxo para abades e doutores, as Cavacas de Freixinho são hoje sobremesa requintada feita à base de trigo, ovos e azeite, depois coberto por uma calda de açúcar. Ao contrário dos fálgaros, é confeccionado com regularidade, principalmente em Freixinho e Vila da Ponte, sendo vendido para todo o país.

 

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Em plena capital da castanha, este fruto tem honras de rainha. É utilizado na cozinha como complemento alimentar, mas, em tempos substituiu a batata. Cozidas, assadas, em pudim ou em compota, são múltiplas as formas de saborear a castanha de Sernancelhe.

 

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