Meses e meses de trabalho de professores, alunos e pais, muita dedicação e gosto nos detalhes ficaram patentes na Feira que ocupou o espaço do Expo Salão, comprovando tratar-se do evento escolar com maior longevidade e reconhecido sucesso. Aliás, pela envolvência que consegue gerar em toda a comunidade Sernancelhe, a Feira de São Martinho pareceu, este ano, maior e mais requintada.
Contando com o apoio da ESPROSER – Escola Profissional de Sernancelhe, Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe, Associação de Pais e Município, a Feira de São Martinho ganhou tons de feira de ano, onde cada barraca fazia uso das suas cantilenas como chamariz para a clientela.
Aos mais novos, os professores ensinaram os truques e estimularam a interagir com os visitantes. Doces, compotas, bolos, batatas, castanha, galinhas e couves, feijão, abóboras e cebolas, maçãs e nozes preencheram as barraquinhas, as mesmas que ficaram vazias pouco tempo depois, tal o sucesso comercial do certame.
A Feira de São Martinho é provavelmente o evento com maior tradição em Sernancelhe. Desde sempre ligada à Escola, tem sabido manter estreita a relação com a comunidade, nomeadamente com os pais, as instituições e com todos os elementos que compõe a sociedade sernancelhense. O sucesso é evidente e, na "Terra da Castanha" todas as iniciativas representam um grande contributo para a valorização da castanha de Sernancelhe, mas também para que o conhecimento e a ligação dos jovens à terra sejam cada vez maiores.
As tradições do dia de São Martinho
O dia de São Martinho é festejado um pouco por toda a Europa, mas as celebrações variam de país para país. Em Portugal é tradição fazer-se um grande magusto, beber-se água-pé e jeropiga. Esta é também uma altura em que se prova o novo vinho. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”. De acordo com alguns autores, como José Leite de Vasconcelos e Ernesto Veiga de Oliveira, a realização dos magustos remonta a uma antiga tradição de comemoração do Dia de Todos os Santos, onde se acendiam fogueiras e se assavam castanhas. Em outros países, como na Alemanha, acendem-se fogueiras e fazem-se procissões, e em Espanha matam-se porcos, tradição que deu origem ao ditado popular “a cada cerdo le llega su San Martín” (“cada porco tem o seu São Martinho”). Também no Reino Unido existe a expressão “verão de São Martinho” que, apesar de já raramente utilizada, está também ligada com a crença de que o tempo melhora nos dias que antecedem o feriado. Excerto retirado do artigo “A história do São Martinho: castanhas porquê?”, publicado no “Observador”, editado a 11/11/2014.